amores expresos

domingo, 23 de setembro de 2007

O DE SEMPRE E O ETERNO parte 2







Houve uma pequena ausência de minha parte nesses últimos dias. Coisas a fazer. Amigos que precisava encontrar. Acabei chegando sempre muito tarde e exausto. Fui a YALE em Connecticut com Rodrigo, Maria e Letícia que estudou lá e queria voltar para fazer uma visita e nos apresentar a região. Foi um passeio muito divertido e agradável. Foi como um dia de folga. Um dia fora de Nova York. Anteontem chegou o Tadeu Jungle que está filmando os documentários das viagens dos Amores Expressos. Passei o dia de ontem com ele dando meu depoimento e registrando um pouco da minha rotina diária. Em breve vocês poderão ver, na TV ou em DVD. No fim da noite fomos jantar com Rodrigo & Maria e Mauricio Zacharias. Eu tinha tido o prazer de conhecer o Mauricio outro dia num café da manhã. Ele é uma pessoa incrível e muito amável. Os Rodriguez ( Rodrigo & Maria) são amigos muito queridos e o Tadeu quase me matou de rir. No fim da noite dormi em Manhattam novamente porque a área em que estou em Red Hook não é o lugar mais seguro de NY.

PARTE 2
O Metropolitan é gigantesco. Percorri só a parte de meu interesse. Grécia, Roma, Etruscos e obviamente Egito. É emocionante e triste ao mesmo tempo. Em uma das primeiras postagem que fiz para o blog, meu cunhado Hermes mandou uma mensagem estranhando minhas lamentações a respeito da solidão. Hermes me conhece. Sabe que adoro estar só. Sabe que convivo e aprecio muito essa condição. Mas a solidão que vivo aqui não é minha é de Iliya. Porque cercamos nossa solidão com nossos pertences formando assim uma espécie de casulo. Aqui, nada é meu. Mesmo as coisas que comprei aqui só serão minhas quando eu as colocar em seu devido lugar. Em meu casulo. Até que o pó do tempo e do espaço possa revestir suas formas e tingir suas cores. Assim fizeram os Faraós. Procuraram guardar os objetos que talvez os exteriorizassem. Elementos, coisas que talvez de alguma forma materializassem seus sentimentos internos. E como acreditavam que voltariam um dia, as levavam para os túmulos. Poucos conseguiram dar a matéria tamanha durabilidade como eles fizeram. Hoje, seus pertences estão espalhados pelo mundo. Caso um dia despertem, descobrirão que tudo o que julgavam ser seu, não era. Tudo foi dilapidado e espalhado por vários cantos do mundo. Descobrirão que a posse é temporária e ilusória. Assim funciona. Nada é eterno. Nada é teu. Talvez, nem mesmo o pó persista. Nenhum império, por maior e próspero que seja, permanece.
E o que restar será espalhado em futuros museus. O mais curioso é que o que fica é a arte. Mesmo o verbo morre. A língua é viva e eu acho muito pouco provável que alguém consiga entender, por exemplo, o inglês de hoje daqui a três mil anos. E o que hoje vemos nos museus também haverá deteriorado. Não importa o cuidado com que se guarde.
Provavelmente se encontrará nos museus um enorme M amarelo.
Deduzirão, quem sabe, que era um Deus que amamos.
Não estarão completamente equivocados embora exista um abismo entre isso e o que de fato o M amarelo significa. Da mesma forma procuramos compreender esse povo antigo que construía pirâmides e acreditou no eterno.
O que restar será arte.
Sai do museu em profundo silêncio. Um silêncio, inclusive, interno.
Não era paz o que sentia, era ausência.
Não saí vazio, obviamente, mas tampouco sai saciado.
Acabei inflamando o joelho de tanto que tenho andado esses dias. Mas, mesmo manco seguirei andando. Procurando uma história de amor que se passe em New York.
Meu conforto, é que a minha verdadeira história de amor me espera em casa junto a meu filho, que fez aniversário ontem, e meus queridos gatos.
Um beijo a todos
E meu amor para você, minha menina Lucimar.

9 Comentários:

Blogger liber disse...

Uau...

(Desculpe, Lourenço, eu devia escrever algo mais esperto, mas a única coisa que me ocorre é "uau".
Parabéns pelo olhar que vc tem.)

23 de setembro de 2007 às 14:50  
Blogger Evelina disse...

Nossa! Que lindo! Adorei!

E que declaração no final, heim? Lucimar deve ter ido às lágrimas.

Pois é, eu continuo aqui assiduamente lendo tudo e curtindo muito! Parabéns!

Da fã nº ?

23 de setembro de 2007 às 21:41  
Blogger Hermes J. Ribeiro disse...

Bom dia Lou,

gostei muito das fotos, mas faltou uma imagem do deus, HERMES..rsrsrs

será que ele era gay mesmo?

um abraço amigo

24 de setembro de 2007 às 06:13  
Blogger wilma disse...

^^ eita que final bonito -"Uau" mesmo


Tudo o que é material não dura .
Eu tinha o costume de colecionar coisas - principalmente comprar muitos LPs, mas era mais voracidade ...

Agora compro com mais prazer , tem mais gosto.
Tive um sonho curioso na época que andei pensando nisso.

Eu andava pela minha casa arrumando esses lps que estavam jogados, uns com capa meio rasgada e sujos. Então eu organizava todos na minha estante e depois uma voz em off dizia "Agora cobre eles para os conservar"
e a cena seguinte num corte era eu em minha cama com lençol branco por cima.

Como um cadaver.

Um pouco pertubador, não? HAhahah

Putz eu acordei na hora assim que "vi" a cena.

Sonhos sempre são interessantes

Beijo! 'Güenta (gosto tanto do trema ;C) as pontas aí =D

24 de setembro de 2007 às 11:38  
Blogger Unknown disse...

sempre sonhei nova iorque pelo olhar do cinema.
a partir de agora, o sonho acabou, outra visão superou a cinematográfica.
nova iorque passa a existir a partir da sua experiência.
eu só existo quando observada pelo teu olhar carinhoso e protetor, portanto, volte logo antes que eu desapareça...
Eu, o Francisco, o Nanquim, a Mia e a Mentira estamos te esperando...
te amamos de amor!!!

24 de setembro de 2007 às 14:54  
Blogger Unknown disse...

siga nas andanças,amigo Muta que suas impressões de NY estão incríveis!

remedinho novo para os joelhos e sebo nas canelas!

abraço!

24 de setembro de 2007 às 17:38  
Blogger Mônica disse...

caramba... bonito o post dele, lindo o comentario dela...
fico feliz por ver duas pessoas que se amam assim, com poesia cotidiana de saudade.
felicidades ó
M.

24 de setembro de 2007 às 18:38  
Blogger Unknown disse...

Lô quanta saudade! Só porque está longe, assim que vc. voltar vou te ver em Sampa matar a saudade do Francisco, Lu e sua.
Estou feliz por vc. meu querido.
Aproveite tudo isto muito, se pudesse estaria aí contigo.
vc. é tatuagem em minha existência.
Te amo para sempre, até a eternidade!
Beijosssssssssssss!

25 de setembro de 2007 às 07:27  
Blogger Unknown disse...

lindo!

26 de setembro de 2007 às 17:26  

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